Mais um dia
Todos os dias, de segunda a sexta, espero tocar o sinal, às
13h. Então arrumo meu material, coloco a minha mochila nas costas, ligo meu
celular, coloco o meu fone de ouvido e penso:
- Vish, meu celular está com pouco bateria!
Eu falo com um certo tom de desânimo. Vou o mais rápido
possível para o ponto de ônibus para não chegar muito tarde em casa, e também
para que possa ir ouvindo música.
Durante
a volta para casa, gosto de ficar observando o cotidiano das pessoas.
Normalmente volto de ônibus, e sempre encontro uma mãe e um filho, que estão
sentados na parte da frente do ônibus antes da catraca. Os dois geralmente
estão dividindo um sanduíche e mexendo no celular.
Semana passada vi um casal eles estavam brigando, tentavam
ser discretos, mas na verdade estava bem claro que eles estavam brigando.
Outro dia voltei mais
tarde da escola, passei pela catraca e me sentei ao lado de uma senhora.
Ela estava bordando uma toalha com um nome. Nem sento direito e ela
começa a guardar o pedaço de pano em uma sacola. Já no ponto seguinte ela
desceu. Rapidamente, do meu lado sentou-se um homem, ele pareceu cansado,
dava a entender que ele teve um dia bem cansativo, sua mochila estava bem pesada.
Sinceramente, quando ele sentou do meu lado eu já me
levantei depressa. Não parecia que ele iria fazer algo ruim, mas sempre
que algum homem senta perto de mim eu fico com receio.
Claro não deveria ser assim, ele poderia não fazer nada comigo,
mas também como poderia saber?
Logo as pessoas começam a me olhar com um olhar de
repressão, por eu ter levantado, como se eu estivesse sendo preconceituosa.
A minha reação
realmente poderia estar sendo precipitada, mas como eu poderia saber?
Invés de eu fazer o meu percurso tranquila, ali no assento
do ônibus onde eu resolvi me sentar, eu somente me levantei e decidi sentar em
outro lugar, ao lado de uma jovem, uma mulher.
Então, o filho e a mãe passam por mim, para sair do Ônibus,o
menino passa por mim, e me dá um tchauzinho, e eu lembro que é só mais um dia.
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